Você já pensou em comprar créditos de carbono, ou em como isso realmente funciona?
Nos últimos dois anos, o Brasil deu um passo histórico ao criar o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), regulamentando oficialmente o mercado nacional de carbono.
Isso significa que empresas que emitirem mais do que o limite permitido precisarão comprar créditos (Cotas Brasileiras de Emissão – CBEs), enquanto aquelas que reduzirem suas emissões poderão vender seus excedentes.
É a lógica simples e poderosa, de transformar descarbonização em ativo econômico.
Por que isso importa
O mercado global de créditos de carbono movimentou US$ 850 bilhões em 2023 e deve atingir cerca de US$ 16 trilhões até 2034.
O Brasil, com sua biodiversidade e matriz energética limpa, tem potencial para capturar até 20% desse valor, cerca de R$ 60 bilhões.
Com a COP30 em Belém (novembro de 2025), o país entra definitivamente na vitrine global da economia verde.
De onde vêm os créditos?
No Brasil, os créditos de carbono vêm principalmente de dois tipos de iniciativas:
• REDD+ e reflorestamento: projetos que evitam desmatamento e restauram florestas, custo médio de cerca de US$ 7/tCO₂.
• Tecnologias limpas: como biogás, energia solar e captura direta de carbono, podendo ultrapassar US$ 500/tCO₂.
Startups e grandes empresas já estão ativas nesse ecossistema.
Gigantes como Amazon, Microsoft, Google e Meta investem milhões em créditos brasileiros, e tecnologias como blockchain estão sendo usadas para garantir rastreabilidade e integridade nas transações.
E o que muda para as empresas?
Com o SBCE, mais de 5 mil companhias brasileiras terão metas obrigatórias de emissões a partir de 2026.
Reduzir, compensar ou negociar carbono passa a ser parte da estratégia central de negócios e não apenas uma ação reputacional.
Essa é a nova fronteira da competitividade:
quanto vale o carbono que sua empresa deixa de emitir?
Oportunidades e próximos passos
O Brasil já tem experiência com os CBIOs (créditos de descarbonização do RenovaBio) e agora se prepara para integrar seu mercado com sistemas internacionais, como o europeu, o chinês e o californiano.
Na COP30, o país deve apresentar a Coalizão Aberta para Integração dos Mercados de Carbono, que pode colocar o Brasil como hub global da precificação verde.
Em resumo
O carbono virou moeda e o Brasil tem o banco natural.
Mas o sucesso depende de transparência, tecnologia e credibilidade nos projetos.
Quem entender isso antes, estará à frente da economia do futuro.
Na EcoFusion Expo 2026, o Hub de Mercado de Carbono conecta empresas, governos e investidores que estão liderando essa transformação, onde a ação climática se transforma em valor econômico real.
Fontes e referências
• Ministério do Meio Ambiente — Lei nº 15.042/2024 – Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE)
• Banco Mundial (2024) — State and Trends of Carbon Pricing
• PitchBook (2025) — Sustainable Investment Survey
• EY (2024) — Global Institutional Investor Survey
• IPEA / Observatório do Clima — Análise do potencial econômico do mercado de carbono no Brasil
• Agência Brasil, dezembro 2024 — Brasil sanciona lei que regulamenta mercado de carbono
• World Economic Forum — Voluntary Carbon Market Trends 2025
• BloombergNEF — Carbon Markets Outlook 2025
• Ambipar & B3 Digitas (2025) — Tokenização de créditos de carbono no Brasil

