Brasil acelera adoção das normas globais de sustentabilidade IFRS S1 e S2

Brasil acelera adoção das normas IFRS S1 e S2

Novo marco de transparência conecta sustentabilidade e finanças no país

O Brasil consolida sua posição de liderança internacional ao avançar na implementação das normas IFRS S1 e IFRS S2, criadas pelo International Sustainability Standards Board (ISSB). Esses novos padrões, que entram em vigor em 2026, marcam uma transformação profunda: integrar sustentabilidade e desempenho financeiro sob uma mesma base contábil global.

As normas IFRS exigem que empresas divulguem como riscos e oportunidades ambientais, sociais e de governança (ESG) afetam fluxos de caixa, custo de capital e estratégia de longo prazo, traduzindo a sustentabilidade em dados financeiros mensuráveis.

IFRS S1 e S2: o novo idioma da transparência corporativa

Publicadas em 2023, as normas estruturam-se em quatro pilares: Governança, Estratégia, Gestão de Riscos e Métricas e Metas.

  • IFRS S1 estabelece os requisitos gerais para divulgação financeira relacionada à sustentabilidade.
  • IFRS S2 trata especificamente dos riscos climáticos, integrando recomendações da Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (TCFD).

O objetivo é criar comparabilidade global entre empresas, investidores e governos, fortalecendo a confiança do mercado e direcionando capital para negócios mais sustentáveis.

O Brasil como pioneiro global

Em 2023, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou a Resolução nº 193, tornando o Brasil o primeiro país do mundo a adotar oficialmente as normas IFRS S1 e S2. A decisão foi reconhecida pela ONU com o prêmio ISAR Honours 2024, consolidando o país como referência internacional em reporte de sustentabilidade.

A obrigatoriedade começa em 2026, com divulgação dos relatórios em 2027. Até lá, empresas podem aderir voluntariamente, um movimento que vem ganhando força.

As pioneiras no mercado brasileiro

Entre cerca de 700 empresas de capital aberto no país, apenas quatro já confirmaram adoção antecipada: Vale, Lojas Renner, Irani Papel e Embalagem e Natura. Essas companhias lideram a transição para o novo modelo de reporte, testando processos e metodologias que em breve serão referência para todo o mercado de capitais.

Por que isso muda o jogo

A adoção das normas IFRS S1 e S2 representa muito mais do que conformidade regulatória:

  • Atrai investidores internacionais em busca de padrões globais confiáveis.
  • Melhora o acesso a crédito verde e sustentável.
  • Fortalece a reputação corporativa com transparência e governança sólida.
  • Prepara as empresas para uma economia de baixo carbono em escala global.

As companhias que adotarem antecipadamente estarão mais bem posicionadas quando a obrigatoriedade chegar e poderão influenciar o desenho final do mercado de sustentabilidade no Brasil.

Referências

Capital Reset; IFRS Foundation; CVM; Deloitte Brasil; EY Brasil; RSM; Exame; XP Investimentos.

Inscreva-se em nossa newsletter

Nos acompanhe em nossas redes sociais

Posts recentes