Brasil avança decisivamente no mercado de carbono com regulamentação de créditos em concessões florestais

O Brasil deu um passo histórico para consolidar sua liderança global na economia verde. Em 16 de outubro de 2025, o Governo Federal publicou o Decreto nº 12.679/2025, que regulamenta o uso de créditos de carbono em concessões florestais, permitindo que projetos de manejo e restauração ambiental em áreas públicas possam gerar créditos certificados e monetizar serviços ecossistêmicos.

Essa medida representa um marco na integração entre preservação florestal, desenvolvimento econômico e governança climática, abrindo novas oportunidades para empresas, investidores e concessionários comprometidos com a sustentabilidade.

Segurança Jurídica e Flexibilidade Metodológica

A nova regulamentação altera o artigo 55 do Decreto nº 12.046/2024, permitindo que concessionários florestais utilizem metodologias reconhecidas internacionalmente para certificação de projetos de carbono, caso a CONAREDD+ ainda não tenha definido normas específicas no momento da licitação.

Essa mudança traz previsibilidade e confiança ao setor, eliminando um dos principais gargalos regulatórios que travavam grandes projetos. Agora, é possível utilizar metodologias REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) amplamente aceitas no mercado voluntário de carbono, acelerando a certificação e comercialização de créditos.

Nova Fonte de Receita e Impacto Socioambiental

Os créditos de carbono passam a integrar o modelo econômico das concessões florestais, complementando as receitas da exploração sustentável e fortalecendo a viabilidade financeira de projetos de conservação.

O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) já estrutura editais alinhados a essa nova lógica. Um dos primeiros exemplos é a Floresta Nacional do Bom Futuro (RO), com investimentos estimados em R$ 600 milhões para restaurar 15 mil hectares, o primeiro projeto de concessão voltado à restauração florestal no país.

“Agora, com regras claras, unimos governança pública e capital privado para acelerar a restauração e o manejo sustentável”, afirmou Garo Batmanian, diretor-geral do SFB.

Potencial Econômico: Renda, Empregos e Bioeconomia

Estudos apontam que as concessões florestais na Amazônia Legal podem gerar mais de 560 mil empregos diretos e indiretos, impactando positivamente as economias locais e impulsionando a bioeconomia regional.

O plano conjunto do BNDES e do SFB prevê manejo sustentável em 1,4 milhão de hectares e restauração de 334 mil hectares, somando mais de R$ 6 bilhões em investimentos e beneficiando 11 unidades de conservação.

Oportunidades para Empresas e Investidores

A regulamentação cria um novo portfólio de oportunidades no mercado de carbono florestal. Empresas podem atuar de várias formas:

  • Participar de concessões florestais com foco em manejo e restauração.
  • Formar consórcios estratégicos com outras companhias, como o modelo da iniciativa Biomas (Itaú, Suzano, Vale, Marfrig, Santander, Rabobank).
  • Adquirir créditos de carbono certificados para compensação voluntária de emissões.
  • Investir em plataformas de trading e fundos verdes, aproveitando o crescimento do mercado global.

Posicionamento Estratégico para o Futuro

Mais do que uma medida regulatória, o decreto inaugura uma nova fase da economia florestal brasileira.
Com regras claras, metodologias reconhecidas e metas climáticas robustas, o país oferece um ambiente fértil para investimentos de impacto e projetos de carbono de alta integridade.

Empresas e investidores que se anteciparem terão vantagem competitiva real, com acesso a novos mercados, credibilidade internacional e protagonismo no movimento de descarbonização global.

🌿 O Brasil transforma a conservação florestal em ativo econômico e mostra que é possível gerar riqueza mantendo a floresta em pé.

Referências

Ministério da Fazenda (2025); Serviço Florestal Brasileiro (SFB); Decreto nº 12.679/2025; Lei nº 15.042/2024; Agência Brasil; G1; Poder360; BNDES; McKinsey; InfoMoney; Capital Reset.

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